ATA DA OITAVA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 16-8-2004.
Aos
dezesseis dias do mês de agosto de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Ervino Besson, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Maristela Maffei e Sebastião Melo.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion,
Renato Guimarães, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Na
oportunidade, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando a distribuição, aos Senhores Vereadores, da
orientação de votação relativa às Emendas apostas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 018/04 (Processo nº 3006/04). Às nove horas e quarenta e oito minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e
três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Vereador Sebastião
Melo apresentou Requerimentos, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Carlos Pestana
manifestado-se a respeito. Após, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA e aprovados Requerimentos de autoria do Vereador
Sebastião Melo, solicitando votações em bloco e alterações na ordem de votação
das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04. Na ocasião, face
Questão de Ordem formulada pelo Vereador Carlos Pestana, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca da votação, no dia onze de agosto do corrente, da
Emenda nº 103 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, informando que
essa Emenda foi incluída equivocadamente no bloco de votação conjunta de Emendas,
devendo ser novamente votada no transcorrer da presente Sessão. Ainda, o Senhor
Presidente declarou que, face às votações ocorridas no dia onze de agosto do
corrente, relativas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, ficam prejudicadas
as Emendas de no 49, pela aprovação da Emenda nº 144; de nº 53, pela
aprovação da Emenda nº 143; de nº 91, pela aprovação da Emenda nº 104; de nº
179 e, parcialmente, a de nº 300, pela aprovação da Emenda nº 84. Foram votadas
conjunta e destacadamente, e rejeitadas, as Emendas nos 85, 86, 87,
88, 90, 94, 95, 186, 188, 189, 190, 192 e 196, apostas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 018/04, por oito votos SIM, dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após
serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Cláudio Sebenelo
e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo,
tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel e Sebastião
Melo, Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato
Guimarães, Sofia Cavedon e Wilton Araújo e optado pela Abstenção o Vereador
João Antonio Dib. Na oportunidade, face Questões de Ordem formuladas pelos
Vereadores Sebastião Melo e João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca do artigo 176 do Regimento, que dispõe sobre as votações nominais. A
seguir, face Licença da Vereadora Margarete Moraes, nos termos do artigo 218,
II, do Regimento, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança, no dia de
hoje, o Suplente Adeli Sell, informando que Sua Excelência integrará a Comissão
de Constituição e Justiça. Também, foi aprovado Requerimento de autoria da
Vereadora Helena Bonumá, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Juarez Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Constituição e Justiça. Foram votadas conjunta e destacadamente, e
rejeitadas, as Emendas nos 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204,
205 e 206, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, por nove votos SIM
e onze votos NÃO, após serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Sebastião
Melo, Cláudio Sebenelo, João Antonio Dib, Maristela Maffei e Wilton Araújo, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os
Vereadores Cláudio Sebenelo, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e
Wilton Araújo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Raul
Carrion, Renato Guimarães, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Na oportunidade, a
Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor
Presidente, solicitando a alteração, de Sim para Não, do voto aposto por Sua
Excelência à votação acima referida. Foram votadas conjunta e destacadamente, e
rejeitadas, as Emendas nos 207, 208, 209, 210, 212, 213, 214, 215,
216, 217, 218, 219, 220, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233,
234, 235, 236, 237, 238, 239, 240, 242, 243, 244, 245, 246, 247, 248, 249, 250,
251, 252, 253, 254, 255, 256, 257, 259, 260, 261, 262, 263, 264, 265, 266, 267,
268, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 278, 279, 280, 281, 282, 283,
285, 286, 287, 288, 289, 290, 291, 292, 293, 294, 295, 296, 297, 298 e 299, apostas
ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04, por quatro votos SIM, onze votos NÃO
e duas ABSTENÇÕES, após serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Sebastião
Melo, Cláudio Sebenelo e Wilton Araújo, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Ervino Besson, Haroldo
de Souza, João Carlos Nedel e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães e Sofia Cavedon
e tendo optado pela Abstenção os Vereadores João Antonio Dib e Wilton Araújo. Na
oportunidade, o Vereador Cláudio Sebenelo registrou sua intenção de votar
favoravelmente às Emendas acima rejeitadas. Em prosseguimento, foram aprovados
Requerimentos de autoria do Vereador Carlos Pestana, solicitando votações
conjuntas e alterações na ordem de apreciação de Emendas apostas ao Projeto de
Lei do Executivo nº 018/04. Foram votadas conjunta e destacadamente, e aprovadas,
as Emendas nos 31, 34, 97, 166, 177 e 300, esta em sua parte
não-prejudicada, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/04. Foram
votadas conjunta e destacadamente, e rejeitadas, as Emendas nos 32,
33, 35, 36, 38, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 48, 50, 51, 52, 54, 55, 56, 57, 58, 59,
60, 61, 63, 64, 66, 67, 68, 69, 71, 72, 73, 74, 75, 78, 79, 81, 82, 89, 99,
100, 101, 103, 105, 112, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 142, 152, 167, 171,
174, 178, 180, 181, 182, 183 e 184, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
018/04. A seguir, foram votados conjuntamente e aprovados os seguintes
Requerimentos: de nº 103/04 (Processo nº 2724/04 - Autorização para representar
externamente este Legislativo na “I Conferência Nacional de Políticas para as
Mulheres”, realizada no período de quatorze a dezessete de julho do corrente,
em Brasília-DF, com pagamento de diárias e passagem), de autoria da Vereadora
Maristela Maffei; de nº 121/04 (Processo nº 3410/04 – Período de Comunicações
para assinalar o transcurso do “Ano da Mulher – 2004”), de autoria da Vereadora
Helena Bonumá; de nº 127/04 (Processo nº 3576/04 – Sessão Solene para
homenagear o bicentenário de Allan Kardec), de autoria do Vereador Wilton Araújo;
de nº 128/04 (Processo nº 3785/04 – Grande Expediente destinado a homenagear o
Dia do Professor de Educação Física), de autoria do Vereador João Bosco Vaz; de
nº 129/04 (Processo nº 3916/04 – Seja a Sessão Solene para outorga do Título de
Cidadão de Porto Alegre ao Maestro Manoel Mota Dias realizada na Rua Honório
Silveira Dias, 645), de autoria do Vereador Wilton Araújo; de nº 130/04
(Processo nº 3925/04 – Realização de Sessão Especial para que o Senhor László
Böhm fale sobre o Projeto Institucional Socioambiental), de autoria do Vereador
Wilton Araújo, em co-autoria com a Vereadora Clênia Maranhão; de nº 132/04
(Processo nº 4062/04 – Grande Expediente em homenagem ao Dia do Soldado), de
autoria do Vereador João Carlos Nedel; de nº 134/04 (Processo nº 4116/04 –
Sessão Solene em homenagem aos quarenta anos do Colégio João XXIII), de autoria
da Vereadora Helena Bonumá. Às onze horas e quarenta e cinco minutos, nada mais
havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de hoje, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, João
Carlos Nedel e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel.
Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Eu solicito
que a Mesa distribua aos Vereadores a orientação de votação - a qual eu acho
que está sendo providenciada -, uma vez que nós aprovamos um conjunto de
Emendas na última quarta-feira, e eu não sei quantas Emendas restam para serem
votadas.
Eu também acho que nós podíamos fazer por blocos; é
uma questão a ser discutida. Poderíamos aglutinar algumas Emendas afins,
discutir essas Emendas de forma aglutinada.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Concordo com
V. Exª. A sua proposição é de que, enquanto usamos os tempos de Liderança, as
próprias Lideranças se entendam para o encaminhamento da votação. Ou V. Exª
prefere que seja suspensa a Sessão por alguns instantes para o entendimento? (Pausa.)
Então, segundo solicitação do Ver. Sebastião Melo,
suspendo a Sessão por cinco minutos para que seja encaminhada a ordem de
votação.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 9h48min.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel - 10h03min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr.
Presidente, nós apresentamos para a Lei de Diretrizes Orçamentárias em torno de
cento e trinta Emendas. Dessas, apenas dez Emendas receberam aprovação da
Relatoria, e eu destaquei as outras. Eu poderia encaminhar as Emendas uma a
uma, a não ser que a Câmara aprove um requerimento de aglutinação. Então, eu
estou fazendo três Requerimentos, aglutinando as Emendas afins por blocos, ou
seja: Saúde, Investimentos, Fiscalização. Dois Requerimentos já estão prontos,
vou passá-los à Mesa, e o outro a nossa Assessora Legislativa, a Srª Ilse, está
preparando. Logo, vou discutir em três blocos as Emendas que são da nossa
autoria.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu gostaria
de receber os Requerimentos.
O Ver. Carlos Pestana está com a palavra.
O SR. CARLOS PESTANA: Presidente,
Ver. Carlos Nedel; quero dizer que há concordância com essa sugestão do Ver.
Sebastião Melo de encaminharmos as Emendas de autoria desse Vereador em três
blocos. Depois, verificaríamos aquelas Emendas que não foram votadas juntamente
com as do Ver. Sebastião Melo, as que efetivamente sobraram, para darmos outro
encaminhamento. Mas vamos, de imediato, passar aos três blocos do Ver.
Sebastião Melo.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Recebo os
três Requerimentos do Ver. Sebastião Melo e, também, a observação do Líder do
Partido dos Trabalhadores, Ver. Carlos Pestana. Defiro os Requerimentos e
também a solicitação do Ver. Carlos Pestana para que iniciemos pelos
Requerimentos do Ver. Sebastião Melo.
Consulto os Srs. Vereadores se desejam usar os
tempos de Liderança. (Pausa.)
Havendo quórum, passamos à
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, por orientação da Diretoria Legislativa
e por obrigatoriedade do Regimento Interno, dependerá de deliberação do
Plenário a aprovação ou não do Requerimento pelo qual o Vereador solicita a
votação de Emendas em Bloco.
Coloco em votação os três Requerimentos de autoria
do Ver. Sebastião Melo.
O SR. CARLOS PESTANA (Questão de Ordem): Ver. João
Carlos Nedel, gostaria de fazer um registro antes dessa votação. Ao rever as
Emendas aprovadas na última Sessão de quarta-feira, constatei que houve um
equívoco na condução dos trabalhos da Mesa. Consta como aprovada a Emenda nº
103, de autoria Ver. Reginaldo Pujol, e, na verdade, ela não foi apresentada
como uma Emenda por acordo. Basta pegar as cópias taquigráficas da Casa
referentes à minha leitura para verificar que não era consenso. Só faço este
registro.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Carlos
Pestana, a Mesa já se encontra a par desse assunto. Efetivamente, ocorreu como
V. Exª relatou. Nós iremos, no momento oportuno, colocar novamente em votação a
Emenda nº 103, corrigindo o pequeno equívoco que houve.
Em votação os três Requerimentos, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, solicitando que suas Emendas, destacadas, sejam votadas em
bloco. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADOS.
Em votação as Emendas do Bloco II, destacadas, ao
PLE nº 018/04. Estão sendo votadas as Emendas, chamadas pelo Ver. Sebastião
Melo de Emendas da Fiscalização, do Bloco II, que são as Emendas de nº 85, 86,
87, 88, 90, 94, 95, 186, 188, 189, 190, 192 e 196. (Pausa.)
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar, como autor, a votação das Emendas do Bloco II, destacadas, da
Fiscalização, ao PLE nº 018/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, nós estamos votando, nesta
manhã de segunda-feira, as pendências relativas ao Projeto principal da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, que, na verdade, cimenta a vinda do Orçamento de 2005
para esta Casa e, conseqüentemente, para o exercício do Prefeito, que logo, ali
na frente, vem tomar posse nesta Cidade. Eu considero, Ver. Sebenelo, das
discussões que o Legislativo produz, que o momento em que a Câmara deveria
debruçar 50%, talvez 60%, do seu tempo durante o ano é exatamente na elaboração
dessas duas leis. Porque é a tradução, ou não, do discurso para a prática;
porque aqui é que os Governos hão de dizer, nos seus mais diversos níveis -
porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias vale para os Governos Estaduais, para
o Governo da União e para os Governos locais... E é neste momento que o
Legislativo pode oferecer a sua contribuição, se acha que tem contribuição a
dar.
Esse primeiro Bloco de Emendas que nós destacamos,
na verdade, é uma repetição daquilo que fizemos em 2001, 2002, 2003, Ver. Dib,
e agora em 2004. Nós não queremos engessar o Executivo. Mas nós achamos, Ver.
Dib, que é preciso que a Câmara tenha uma melhor fiscalização sobre a questão
orçamentária. E, se a Câmara não colocar freios no momento oportuno - que é a
LDO e, conseqüentemente, na Lei do Orçamento -, fica sem esse controle.
E eu vou dar exemplos. Eu não teria, Ver. Dib,
nenhuma dificuldade de votar, por exemplo, suplementação de 10%. Hoje a
Prefeitura tem uma autorização de quatro vírgula e pouco, além das outras,
pessoal, excesso de arrecadação... Mas eu não teria dificuldade de votar 10%,
desde que o Prefeito não fizesse a movimentação que ele faz de uma rubrica para
outra. Porque, como está aí, Ver. Dib, eu chamo de Orçamento “quero-quero”: eu
digo ao povo, através da Lei Orçamentária que vem embasada pelo OP, que vou
fazer obra A, B, C, D, E. Quando eu executo o Orçamento da maneira que aqui ele
é votado, da maneira que a LDO aqui é votada, Ver. Beto Moesch, permito que o
Prefeito mude os recursos das rubricas, dizendo: “Olha, mesmo o OP tendo votado
isso, mesmo a Câmara tendo aprovado isso...” Ele chega lá ao seu bel-prazer e
resolve. Agora a prioridade é a propaganda do Governo, a prioridade é o
programa Cidade Viva, Ver. Haroldo, porque a LDO que nós votamos aqui, historicamente...há
16 anos esta Casa faz isso. Não foi ontem, não foi anteontem, há 16 anos esta
Casa tem caminhado nessa direção. E eu considero que essa, entre as vinte e
poucas Emendas, vai-nos permitir, exatamente...
No ano passado o Ver. Braz fez uma Emenda, e eu me
arrependi de ter-me somado a ele nessa ocasião; se vier outra Emenda desse
jeito, não vai ter o meu apoio, porque eu trabalhei durante todo o tempo nessa
matéria, e depois vem uma suplementação de 1,5% que eu acho que está errada.
Acho que está errado porque eu não quero engessar o Governo, mas quero
fiscalizá-lo. Então eu topo de assinar uma emenda de 10%, de 8%, de 6%, não há
problema nenhum, desde que não se possa mudar a rubrica. Isso é que está
errado, na minha avaliação; isso é que está equivocado. E, depois, a Câmara
fica aí fazendo discurso fácil: “Ah, porque o Executivo não presta informação!
Ah, porque o Executivo faz o que quer!” Bom, mas uma Casa que permite ao
Executivo fazer o que quer não tem o direito, depois, de reclamar do Executivo!
Se na hora em que eu tenho de votar, eu permito que o Executivo faça o que
quer, depois - desculpem-me! - eu não tenho autoridade nenhuma, a não ser fazer
o discurso fácil de fazer de conta, porque, quando eu tenho oportunidade, eu
não freio. Depois eu venho para a tribuna e digo: “Olha... o Executivo está
fazendo isso”.
Nós poderíamos encaminhar uma por uma as Emendas,
mas, para facilitar os trabalhos, eu tive a iniciativa de aglutiná-las em três
Blocos. Quem trabalhou muitas noites, junto com a assessoria, para produzir
mais de cento e trinta Emendas não poderia deixar “passar batido”, porque esta
matéria sobre a qual nós temos trabalhado nesses anos... Portanto, quero
reafirmar, letra por letra, vírgula por vírgula, a minha firme convicção de que
o caminho pelo qual a Câmara tem caminhado em relação à fiscalização sobre a
Prefeitura está profundamente equivocado, está no eixo errado. E não é isso que
a população espera de nós. A população quer uma fiscalização rigorosa, firme,
para melhorar o serviço à Cidade! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Cumpre à
Presidência tornar pública a prejudicialidade das seguintes Emendas: as de
números 49, 53, 91, 179 e 300, essa última prejudicada parcialmente.
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas do Bloco II, destacadas, da Fiscalização, ao
PLE nº 018/04.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, eu queria adotar a mesma linha do Ver. Sebastião Melo a
respeito da postura desta Casa em relação a essas Emendas. E, quando eu falo
desta Casa, eu sou obrigado a inocentar, por uma questão lógica, a Bancada do
Partido dos Trabalhadores, porque talvez a existência da Câmara Municipal
esteja na dependência direta de três ou quatro grandes leis, entre elas as
Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento e, certamente, alguns episódios pontuais
do ano, em que a defesa legítima, seja dos alunos, seja dos pacientes, seja das
mulheres, em leis que diretamente falem dos interesses desses segmentos, passem
a dar, talvez, maior relevância a esta Casa, em que nós estamos decidindo... É
uma questão de ordem política, e, quando se fala em política, fala-se em
conduta do Executivo e conduta do Legislativo.
A nossa preocupação maior se refere não só às
questões de quantidade, que são fundamentais, que são importantes e que nós
devemos, aqui, debater, sim, mas também às questões, por exemplo, de verbas de
publicidade, ligadas aos ônus brutais que a sociedade tem em relação à sua
questão social, que está cada vez mais grave na cidade de Porto Alegre. É
exatamente esse o nosso papel. E a nossa ausência, ou a pequena presença, nos
tira o direito à crítica. É exatamente o que disse o Ver. Sebastião Melo: nós
precisamos sair em busca de duas ou três formas de não deixarmos para trás
votações como esta, que definem, e nós, muitas vezes, fomos os primeiros a
criticar inclusive a Relatoria, quando nos sentimos não só injustiçados. Quando
se fala em alagamentos, diz-se: “Não, isso é obra!” É claro, mas em que
capítulo nós vamos incluir alagamento nas Diretrizes Orçamentárias?
Então, este debate é muito útil para colocarmos,
por vezes com muita dificuldade, as nossas posições, as nossas necessidades,
que repercutem não apenas nos limites geográficos da metrópole, mas em toda a
Região Metropolitana. Nós precisamos, neste instante, de todas as maneiras,
mostrar e, muitas vezes como oposição, obstaculizar alguma intenção do
Executivo, cuja política muitas vezes é contrária àquilo que nós pensamos. Acho
que este é o momento decisivo, este é um momento importante, e, se pudermos e
conseguirmos, nós daremos a Porto Alegre, à sua população, aquilo que ela
precisa, aquela resposta de um Legislativo que tem de ser coeso e consentâneo
com as necessidades da população.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco
II, destacadas, da Fiscalização, ao PLE nº 018/04.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Câmara vive atualmente três
momentos importantes. O primeiro é a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a ser
analisada; o segundo, o Orçamento. O terceiro é relativo às alterações que se
devem fazer ao Plano Diretor da Cidade, mas eu não acredito que nós tenhamos
feito isso com a seriedade, a responsabilidade e a competência necessárias.
A antiga Lei Orgânica dizia que as suplementações
só seriam possíveis no segundo semestre, os créditos especiais só no segundo trimestre,
a não ser eventualmente que houvesse uma emergência ou uma calamidade pública.
Portanto, nós tínhamos uma Lei Orgânica com 120 artigos, agora ela tem 300, e
era muito mais completa e muito mais restritiva para o Executivo, que se dizia
que era o Executivo da ditadura. Nós tínhamos de nos subordinar ao Legislativo,
eram dois órgãos independentes e harmônicos. Agora são dois Poderes
independentes e harmônicos, e nós perdemos força perante o outro Poder, porque,
às vezes, nós não fazemos bem a lição de casa.
Hoje nós estamos votando a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, mas com dois dias de atraso na forma da Lei Orgânica: nós
teríamos até 75 dias e hoje nós estamos no 77º dia, por isso nós perdemos a
nossa força. E o Ver. Sebastião Melo falou aqui, e muito bem, que o ideal seria
fazer as suplementações por rubrica, o que o Executivo não aceitou nunca e não
aceita, porque ele manobra o Orçamento da forma que melhor lhe convém. Nós
tivemos aqui uma Emenda Popular aprovada, a primeira Emenda Popular aprovada,
que reduziu, no Gabinete do Prefeito Tarso Fernando, um valor ínfimo em matéria
de publicidade. Ele resolveu o problema fácil: ele suplementou a publicidade em
seu Gabinete em 13.206%, e o que nós fizemos? Nada. Ele estava autorizado a
fazer isso.
Mas por que nós estamos no 77º dia discutindo
Emendas que não têm sentido, no meu entendimento? Nós deveríamos, no primeiro
dia de Pauta, já começar a discutir com muita seriedade, com muita
responsabilidade e com muita unidade, porque nós somos o Legislativo e não
somos subordinados ao Executivo. Mas nós ficamos pensando que as coisas se
definem por Partidos; não, são por Poderes. Aqui é o Poder Legislativo, e os
Partidos não têm interesse maior, quando tudo que diz ao Poder; mas nós ficamos
discutindo, nós ficamos apresentando 300 Emendas? Será que nós tínhamos a
possibilidade de 300 Emendas? O que nós fizemos no ano passado? Nós votamos a
Lei de Diretrizes Orçamentárias que aí está, e a Exposição de Motivos do
Prefeito, enviada para esta Casa no dia 31 de maio, foi a mesma do ano passado;
apenas trocaram as datas. Então, eu fico com muita dificuldade de dizer que nós
vamos discutir 300 Emendas. Será que nós não fizemos nada certo no ano passado?
Será que nós precisamos mudar tudo agora, no 77º dia, e não no 75º, pois a Lei
de Diretrizes Orçamentárias já deveria estar lá no Prefeito - assim diz a Lei
Orgânica -, mas, quando nós não respeitamos a Lei Orgânica, fica muito difícil.
No ano passado, eu ouvi um Vereador aqui dizer que a Lei de Diretrizes
Orçamentárias tinha de ser discutida durante seis meses. Mas ele não discutiu
nos 75 dias; e no 75º ele queria mudar tudo!
Então, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu acho que nós precisamos, talvez, mudar a própria Lei Orgânica,
mas mudá-la no bom sentido, e não da forma equivocada como aconteceu na
Comissão de Justiça com a substituição do Prefeito, aí não. Nós precisamos
mudar o nosso Regimento, nós precisamos ter muito mais atenção com as coisas
que dizem respeito à nossa Cidade. E a Lei de Diretrizes Orçamentárias é muito
importante. Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Mesa
registra que está prejudicada a Emenda nº 91.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião
Melo, as Emendas do Bloco II, destacadas, da Fiscalização, ao PLE nº 018/04.
(Pausa.)
O SR. RAUL CARRION: Sr.
Presidente, desejo retificar meu voto de “sim” para “não”.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereadores,
nós já estamos com o tempo vencido. É o caso do Ver. Carrion, que requereu
tempestivamente dentro do minuto, por isso eu lhe ofereço a retificação. O
painel está encerrado. O Ver. Carrion retifica de “sim” para “não”.
O SR.
SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sem querer conturbar, mas há um
regramento. Esse regramento está esculpido no nosso Regimento. Eu não posso,
para uma votação nesta Casa, aguardar um minuto e quarenta e dois segundos para
a sua conclusão, e, para outra votação, aguardar um minuto e nove segundos -
tudo de acordo com os interesses do Plenário. Isso não está correto. A gente
olha para cá e vê, enquanto não são concluídos os votos do Governo para
derrubar a Emenda, mantém-se o painel. Eu quero protestar veementemente contra
isso. Eu não tenho nenhum problema de perder todas as Emendas aqui, mas perder
com decência e com dignidade!
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, quando V. Exª declarou que o tempo estava vencido, não havia
problema nenhum, pois havia 17 Vereadores presentes. Dezesseis votaram, V. Exª
não votava; o resultado estava certo.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu agradeço a
Questão de Ordem de V. Exª. Chamo a atenção dos Srs. Vereadores de que o tempo
é controlado por este painel, havendo uma pequena diferença com relação ao
tempo do painel geral, quero deixar claro aqui. Este Presidente jamais tomaria
qualquer atitude parcial.
Evidentemente, como se tratam de segundos, é
possível que, no exato momento em que o Presidente abra o seu microfone e
conceda a palavra, se vão dois, três ou quatro segundos, e há interferências
também. Não há aqui, da parte desta Presidência, nenhum parti pris,
nenhum privilégio a quem quer que seja.
Proclamo o resultado da votação das Emendas do
Bloco II, destacadas, da Fiscalização, de autoria do Ver. Sebastião Melo, ao
PLE 018/04. REJEITADAS as Emendas do Bloco II, destacadas, ao PLE
018/04, por 08 votos SIM, 10 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Passamos às Emendas do Bloco III, destacadas, ao
PLE nº 018/04, de autoria do Ver. Sebastião Melo.
Antes disso, a Mesa declara empossado o Ver. Adeli
Sell, em face da ausência da Presidenta da Casa, pelo falecimento de sua mãe, e
pelo fato de este Vereador continuar na Presidência da Casa. O Ver. Adeli Sell,
nos termos regimentais, integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Em votação as Emendas nºs 197, 198, 199, 200, 201,
202, 203, 204, 205 e 206 do Bloco III, destacadas, da Saúde, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, ao PLE nº 018/04. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas do Bloco III, destacadas, da Saúde, ao PLE nº
018/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este bloco de Emendas
destacadas diz respeito a diretrizes para a Saúde pública e para a Assistência
Social na cidade de Porto Alegre. Nós elaboramos essas diretrizes porque, como
muitos nesta Casa, como muitos nesta Cidade, acompanhamos o desgoverno na área
da Saúde em Porto Alegre. Porto Alegre tem, em algumas áreas, alguns
indicativos muito interessantes, mas isso não vem acontecendo na Saúde. Ver.
Sebenelo, que é conhecedor dessa matéria: o Governo local, historicamente, não
vem investindo na prevenção, que é o caminho no qual o Poder Público deve
investir quase a totalidade do seu dinheiro. O “caminho da roça” na Saúde não é
investir na internação, não é investir nos hospitais. Aliás, que bom seria se
nós criássemos uma premiação para o hospital que recebesse menos pacientes
durante o ano, que ele fosse recompensado, aí a Saúde estaria bem no Município.
Mas a gente mede a qualidade da Saúde, Ver. Sebenelo, pelas emergências do
Hospital Cristo Redentor, do Hospital de Clínicas, do Hospital Conceição, do
HPS. Ali a gente vê que o sistema está garroteado, o sistema de marcação de
consultas não chega, a Central de Consultas não funciona, e o cidadão acaba
indo para a emergência até por uma dor de cabeça, porque lá ele sabe que, às
vezes, na pior das hipóteses, poderá ficar o dia inteiro, mas será atendido.
Então, nós estamos aqui apresentando algumas Emendas que qualificam essa
relação na área da Saúde. Não é possível que Porto Alegre tenha apenas 63
Programas Saúde da Família, não é possível! Fazer cidadania...
(Intervenção do Ver. Gerson Almeida.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Equipe de
Saúde de Família, sim, Ver. Gerson. Sabe quanto há em Belo Horizonte? Mais de
trezentos e cinqüenta, e é uma Cidade um pouco maior que Porto Alegre; Curitiba
também, e eu posso trazer à tona, se V. Exª quiser, todos esses dados, porque
V. Exª sabe que o discurso dos senhores na Saúde é maravilhoso, mas a prática é
horrível! É só ler os jornais todos os dias e ver as pessoas morrendo por falta
de atendimento. Outro aspecto é prevenção, as chamadas consultas
especializadas. A Comissão de Saúde tem recebido...e vou começar a ler
semanalmente aqui, vou dar o nome, vou dar o CPF e vou dar o endereço das
pessoas que procuram a Comissão, e eu estou mandando registrar, estou mandando
para o Ministério Público, pessoas que não têm atendimento especializado nesta
Cidade.
Verª Maristela Maffei, que está debochando: a Saúde
pública lá na Lomba do Pinheiro deve estar maravilhosa, as pessoas devem estar
sendo muito bem atendidas. Pelo jeito, debochando do povo, deve estar muito bem
a Saúde lá. A senhora tem de vir aqui e dizer para o povo que está nos
assistindo, que está lá aguardando cinco anos... Quem é Governo tem de
responder isso, não tem de se camuflar. É disso que nós estamos falando, e o
Governo vai votar contra, porque esta é a lógica da Bancada continuísta: é
discursar para os pequenos e governar para os grandes. Nós já sabemos disto, o
povo já sabe disto: discursa para a Saúde e não cobra imposto dos banqueiros.
Então, aqui, nós estamos tentando traduzir com
estas Emendas, Ver. Sebenelo, colocando fortemente na prevenção, que é o
caminho, e estamos também, aqui, tratando do planejamento familiar em uma das
Emendas. O SUS concebeu o planejamento familiar, as Prefeituras não vêm
fazendo, ou fazem precariamente, e essa é uma matéria que o Poder Público não
pode sonegar, tem de enfrentar. Por isso, eu coloquei aqui uma Emenda, com
clareza, dizendo que na Lei de Diretrizes tem de haver orientação para o
planejamento familiar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do
Bloco III, destacadas, da Saúde, ao PLE nº 018/04.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, ilustres Vereadores, Ver. Sebastião Melo, Nostradamus, nas suas
previsões, dizia: “Cuidado com os falsos profetas”, aqueles que ficam
prometendo aposentadoria para dona-de-casa sem dizer de onde vão tirar o
dinheiro. Esse estelionato político é feito de uma forma pérfida, e é uma
profunda maldade com as nossas donas-de-casa mentir dessa forma grosseira. Isso
é criminoso, no mínimo.
Estamos discutindo a área da Saúde agora, aqui.
Ontem estive na emergência do Hospital Conceição, e é constrangedor, significa
uma tragédia para a nossa população, como muito bem disse o Ver. Sebastião
Melo, as mazelas do sistema aparecem nas emergências, nas UTIs.
Ontem, Ver. Besson, uma enfermeira sofreu um
acidente com conseqüências politraumáticas na cidade de Camaquã. Está com
ventilação mecânica, isto é, respirando por aparelhos, e precisa de uma UTI na
cidade de Porto Alegre pela gravidade e pela complexidade do seu caso. A cidade
de Porto Alegre não teve condições de abraçar esse caso. É uma pessoa de Porto
Alegre que sofreu um acidente na cidade de Camaquã.
Então, os pedidos são milhares, são variados, são
permanentes, sejam nas emergências de Porto Alegre ou nas consultas
especializadas, marcadas para daqui a dois ou três anos, seja inclusive na
compra de lugares nos postos de saúde para conseguir uma consulta. Essa foi a
base da nossa denúncia na CPI da Saúde - mas alguém “sentou em cima” dessa CPI
-, aí as respostas ao sistema seriam, indiscutivelmente, trazidas a público.
Até hoje, como presidente dessa CPI, tenho essa mágoa. A cidade de Porto Alegre
não vai saber a resposta dessas questões, a resposta oficial, porque alguém
“sentou em cima”, e até hoje nós estamos esperando, e a população de Porto
Alegre está esperando. Existem inclusive cartazes na Cidade dizendo que a Saúde
de Porto Alegre é a melhor do País. É mentira! Nós queremos melhor. Por que não
fazem? Há 16 anos nós vivemos essa tragédia que é denunciada pelos jornais e
que tem sido denunciada, exaustivamente, nesta Câmara!
É isso que está sendo discutido na Lei de
Diretrizes Orçamentárias. A prevenção é feita nos postos de saúde da periferia,
promovendo a saúde, vacinando e atendendo; isso esvazia hospitais. Nós estamos
com um erro crasso na área da Saúde, quando as pessoas, Sr. Presidente, entram
no sistema pela porta de saída. Essa é a questão mais grave que existe - essa
questão sistêmica -, porque temos, muitas vezes, como profissionais da Saúde,
vergonha dessa política municipal de Saúde que é insuficiente, incompetente e,
o que é pior, trágica.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco
III, destacadas, da Saúde, de autoria do Ver. Sebastião Melo, ao PLE nº 018/04.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Sebastião Melo,
eu vou encaminhar favoravelmente a votação das Emendas de V. Exª, não que eu
entenda que elas atingirão o objetivo a que V. Exª se propõe, até acho que as
suas Emendas deveriam constar em outdoors espalhados na Cidade, para que
o povo sentisse a responsabilidade que o Executivo Municipal tem,
responsabilidade que ele não assume e não cumpre. Na realidade, há vários anos,
eu venho dizendo que é necessário fazer um laboratório farmacêutico para
produzir os remédios essenciais para os servidores e para a população carente.
Na última votação da LDO, eu entreguei a S. Exa. o
Sr. Prefeito dois Projetos para a instalação do laboratório, conforme ele me
solicitou. Mas, como sempre, ficaram perdidos pelo caminho. Agora, o que nós
precisamos saber é que a Saúde está muito mal-atendida, muito malgerenciada
nesta Cidade. E a responsabilidade é da Prefeitura Municipal, sem dúvida
nenhuma, porque nós temos o Sistema Único de Saúde. E é por isso, Ver.
Sebastião Melo, que eu entendo que as suas Emendas deveriam se constituir em outdoors
espalhados pela Cidade.
O Sr. Prefeito Municipal informa - e todas as
Lideranças petistas repetem - que 18% dos recursos da municipalidade foram
investidos em Saúde, o que dá, por um valor ínfimo, 270 milhões de reais, o que
não é verdade, é claro. Mas ele afirma. Eles publicam, eles dizem que o SUS é o
melhor do Brasil. Por outro lado, o Ministério da Saúde mandou para Porto
Alegre, no ano passado, 430 milhões de reais. Já são 700 milhões de reais. Mas
também há o Hospital Conceição, o Hospital Cristo Redentor, o Hospital Fêmina,
o Hospital de Clínicas... E isso tudo dá mais do que os 700 milhões de reais
que a Prefeitura deveria investir em Saúde. Dá mais de um bilhão e meio de
reais! E o porto-alegrense que quiser marcar uma consulta especializada vai
levar muito tempo para conseguir; para o porto-alegrense receber um remédio,
vai demorar muito tempo.
Na semana que passou, eu tentei conseguir, para
duas pessoas, leitos em hospital. Uma delas está há dois meses no Pronto
Socorro, entrou na neurocirurgia do Pronto Socorro no dia 11 de junho, e não se
consegue hospital para que ela possa completar a sua recuperação. Esta é a
Prefeitura que tem de gerenciar 1,5 bilhão de reais e deixa todos os
porto-alegrenses necessitados necessitando mais, porque, na medida em que não
atende aquele que está doente, rapidamente, a doença cresce de forma
geométrica, muitas vezes. E é o que acontece. Pessoas de 84 anos, 85 anos não
conseguem remédios. Na semana passada, consegui remédio para um amigo meu lá da
Restinga, mas a forma como o consegui foi pagando. A Prefeitura tem dinheiro, a
Prefeitura faz a propaganda toda que faz, coloca que é o SUS de melhor
qualidade no Brasil... Imaginem como são os outros, devem estar todos morrendo
lá. Aqui estão quase morrendo, lá estão morrendo mesmo.
Portanto, Ver. Sebastião Melo, não posso colocar em
outdoors a Emenda de V. Exª; todas elas mereciam outdoors. Voto
favorável com V. Exª Saúde e PAZ!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Helena
Bonumá solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje,
16 de agosto de 2004.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença da Verª
Helena Bonumá e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas do Bloco III, destacadas, da Saúde, de autoria
do Ver. Sebastião Melo, ao PLE nº 018/04.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
a nossa Bancada está encaminhando contrariamente a votação desta matéria, Ver.
Sebastião Melo, por entendermos que se tratam de Emendas com caráter
eminentemente eleitoral. Aliás, essas questões deveriam ser cumpridas
primeiramente pelo seu Partido, Vereador, até porque não tem respondido a
vários assuntos. O senhor falou da questão da Lomba do Pinheiro como se eu
estivesse debochando daquela população empobrecida, sofrida, mas lutadora,
inteligente, que sabe discernir muito bem as pessoas que chegam apenas em época
de eleição das que ficam trabalhando a vida toda por um projeto sério, que vai
além da questão partidária, quais sejam, aquelas pessoas comprometidas com a
mudança real. E o resultado disso foi a conquista de um Posto de Saúde 24 horas
e a ampliação dos PSFs.
Aliás, eu gostaria muito que o Governo do Estado
explicasse, aqui, o não-crescimento, em nível de Estado, dos PSFs e dos PAs,
até porque ele, na verdade, não levou adiante a questão da municipalização
solidária, não repassou a verba de 300 milhões de reais - atenção primária que
deveria ser dada à Saúde. No entanto, vê-se aqui, neste momento, a apresentação
de Emendas, num desrespeito à opinião pública.
É isto que tem de ser explicado: por que o Governo
do Estado não está cumprindo a determinação do Ministério Público, que o manda
aplicar esses 300 milhões de reais na Saúde? E é um dinheiro que deveria,
inclusive, ser ampliado.
E mais, é verdade que nós temos problemas, sim,
ainda, em Porto Alegre, mas, se o Governo Rigotto tivesse cumprido a promessa
de colocar um posto de saúde a cada um quilômetro - do seu Partido, Ver.
Sebastião Melo -, provavelmente a Saúde, em todo Estado, Ver. Ervino Besson -
que me escuta atentamente e que trabalha em comunidade também -, estaria bem
melhor, porque se estaria trabalhando preventivamente, mas, também, com os
problemas de emergência - que nós temos, e muitos.
E, aí, o Vereador vem, aqui, fazer proselitismo,
falando que eu estou debochando da comunidade da Lomba do Pinheiro, comunidade
onde eu trabalho e onde eu moro há 28 anos! Vamos nos respeitar, Vereador! O
senhor tem a sua forma de trabalhar, e eu tenho a minha.
Por último, Sr. Presidente, eu gostaria de
aproveitar este momento para dizer que a questão da aposentadoria da
dona-de-casa é uma PEC, um Projeto Federal, o Projeto de nº 385/01, de autoria
da Deputada Federal Luci Choinacki, e, Ver. Sebenelo, a Relatora, que deu
parecer positivamente ao Projeto, é do seu Partido, o PSDB, o senhor deveria
informar-se melhor e não mencionar aquelas pessoas empobrecidas deste País, que
trabalharam a vida toda e agora tentam resgatar a sua dignidade. Aqui não há
nenhuma promessa eleitoral, aqui há um projeto federal que nós defendemos e que
seu Partido, lá no Congresso, também defende.
O senhor deveria informar-se melhor, porque acho
que o senhor está com problemas de saúde. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton
Araújo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco III,
destacadas, da Saúde, de autoria do Ver. Sebastião Melo, ao PLE nº 018/04.
O SR. WILTON ARAÚJO: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Exmas Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, senhoras e senhores da assistência e aqueles que nos dão a
honra de nos acompanhar nesta manhã em que a Câmara Municipal,
extraordinariamente, se dedica à votação da LDO - Lei de Diretrizes
Orçamentárias do Município de Porto Alegre.
Esse conjunto de Emendas tem um objetivo, e esse
objetivo é bem claro, é sobre a Saúde no Município; a saúde das pessoas que
estão neste Município e que estão, desde que este Governo assumiu o
gerenciamento e o controle dessa área, na cidade de Porto Alegre sofrendo, e
sofrendo profundamente. Nós temos passado, durante esses anos todos, a
registrar casos de morte, de amputação; pesquisas e estatísticas mostram que
dobraram os casos de amputação do Município de Porto Alegre, e por que isso?
Exatamente porque o Município não dá atenção, não tem estrutura, não consegue
administrar a área da Saúde. E vem a esta tribuna a Liderança do Partido dos
Trabalhadores, da Frente Popular, que está aí a administrar mal...sim, Verª
Maristela, lá na Lomba está mal administrado; na Cruzeiro está mal
administrado; na cidade de Porto Alegre está mal administrado. Há poucos dias,
eu vi aqui uma manifestação dos 12 postos que são administrados pelo Grupo
Hospitalar Conceição, pessoas que usam esse serviço diziam: “Por favor, não
municipalizem esses postos. Por favor, deixem-nos com o Grupo Hospitalar
Conceição.” Por quê? Porque têm medo do caos, têm medo da malversação do
dinheiro.
(Intervenção do Ver. Guilherme Barbosa.)
O SR. WILTON ARAÚJO: Não,
Vereador. Embora o nosso Partido, o PPS, faça parte do Governo Lula - faz
parte, sim, nós sempre admitimos isso -, esta administração, agora, do Grupo
Hospitalar Conceição está ameaçando demitir funcionários. Aqueles funcionários
que estão fazendo um bom serviço nos postos de saúde estão sendo, agora,
ameaçados de demissão pelo Governo Lula. Está mal! Nós temos de fazer um
movimento para mantê-los na administração do Grupo Hospitalar Conceição, sem
demiti-los, porque vai baixar, de novo, a receita que o Município aplicou aqui
e que o ex-Vereador João Motta está tentando aplicar lá. Tem de ter cuidado!
Está bom até agora. Não sei se com o remédio do companheiro de vocês, Ver. João
Motta, não vai terminar o Grupo Hospitalar Conceição também. Então, Vereadores,
a Saúde da Cidade está muito precária, e é por isso que essas Emendas tentam,
de alguma forma, manter os recursos lá.
Agora, a questão que entrou no meio dessa
discussão, que deveria estar sobrestada em outros palanques, mas está aqui
nessa discussão hoje, é a da PEC das donas-de-casa. Esse assunto é do Congresso
Nacional, não da Câmara Municipal, que pode estar sendo usada, sim, com fins
eleitorais. Ah, que pode, pode! Porque quem não tem voto no Congresso Nacional
não pode fazer propaganda dizendo que vai resolver a aposentadoria das
donas-de-casa. Ora, resolver a aposentadoria da dona-de-casa quem não paga
sequer a aposentadoria para quem tem e merece aposentadoria! Tem de ter
cuidado. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, as Emendas do Bloco III,
destacadas, da Saúde, de autoria do Ver. Sebastião Melo, ao PLE nº 018/04.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.)
Quero registrar o voto do Ver. Juarez Pinheiro,
que, no momento tempestivo e oportuno, requereu, em face de possível defeito no
painel de votação, não poder ter votado. V. Exª tem a palavra para votar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Obrigado, Sr.
Presidente, meu voto é “não”.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Acrescente-se
o voto “não” do Ver. Juarez Pinheiro.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Gostaria de
inverter meu voto de “sim” para “não”, Sr. Presidente, pois votei errado.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vou ter de
indeferir o Requerimento de V. Exª e vou-lhe explicar o porquê. V. Exª teria
de, até o fechamento, o tempo de um minuto, ter feito o Requerimento. Então, eu
lamento, estou cumprindo rigorosamente o que dispõe o Regimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Só gostaria
que ficasse registrado em Ata, por favor, que o meu voto, neste Bloco, é “não”.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Fica
registrada a justificativa, mas o voto fica valendo como “sim”.
Proclamo o resultado da votação das Emendas do
Bloco III: REJEITADAS as Emendas do Bloco III, destacadas, da Saúde, por
09 votos SIM e 11 votos NÃO.
Em votação as Emendas do Bloco IV, destacadas, da
Habitação, nºs 207, 208, 209, 210, 212, 213, 214, 215, 216, 217, 218, 219, 220,
223, 224 a 240, 242 a 257, 259 a 283, 285 a 299, de autoria do Ver. Sebastião
Melo, ao PLE nº 018/04. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas do Bloco 4, destacadas, da Habitação, ao PLE
nº 018/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores, em preliminar, antes de entrar no mérito deste
Bloco, eu quero responder, de forma muito respeitosa, à Verª Maristela Maffei
que talvez ela pudesse ser tão batalhadora, como ela aqui se diz, e ir ao
Conselho do Contribuinte desencravar aqueles 300 milhões de reais aqui em Porto
Alegre, já que os banqueiros não pagam impostos, que estão lá há seis, sete,
dez anos e que a Prefeitura não cobra, mas é capaz de cobrar o IPTU dos
pequeninos, às vezes pega até televisor preto-e-branco para poder pagar a
conta. Então, espero que V. Exª marche até o Paço Municipal.
Relativamente à questão do Governo do Estado, Verª
Maristela, quero dizer que, no final de 2002, quando assumimos o Governo, havia
470 PSF; no final de 2003, já chegou a 650 no Governo do Estado, espalhados por
vários Municípios. Eu gostaria de falar de vários outros programas, mas não
posso, porque não é esse o tema, mas tenho os levantamentos do Governo passado,
do Sr. Olívio Dutra, sobre esse tema da Saúde. E nós vamos cotejar esse debate
porque quero discutir a floresta, não quero discutir só a árvore, não há problema
nenhum.
Mas eu quero focar essa discussão em dois eixos. Um
conjunto de Emendas, Ver. Wilton, que eu apresentei aqui diz respeito ao
desenvolvimento da Cidade - Porto Alegre tem deixado de atrair investimentos. E
eu vou dizer isso com dados, porque, senão, fica um discurso vazio. No
levantamento que fizemos, Ver. Gerson, o ISSQN de Porto Alegre, de 1988 a 2003,
cresceu 146%. Todavia o que aconteceu? A sua participação nas Receitas
Correntes decresceu de 26%, em 1988, para 14%, em 2001, e para 12%, em 2003.
Isso é uma demonstração cabal de que há um problema sério, aqui, de
desenvolvimento, pois essa é a medição do crescimento - a do serviço -, porque
esta Cidade não tem um perfil industrial, e nem queremos que tenha. Cresceu,
mas decorreu da Receita Corrente, que diminuiu de 26% para 12%.
Então, várias Emendas que apresentei contribuem,
apesar de o Governo achar que a oposição nada tem a contribuir. Eu não penso
assim. Eu acho que, quando um projeto é bom para a Cidade, ele não tem de ter
cor partidária; quando um projeto é bom para a Cidade, ele deve ser encampado,
independentemente de coloração partidária. Mas, nesta Casa, em quatro anos - eu
quero afirmar em letras garrafais, Ver. Ervino -, até os nomes das ruas que a
Bancada do PT apresenta são bonitos e bons e são aprovados. Se a oposição
apresentar um nome de rua, ele não é aprovado, porque é da oposição. Para não
falar em Saúde, em desenvolvimento, para não falar sobre a questão do Centro.
Aqui há algumas diretrizes sobre a questão do
Centro da cidade de Porto Alegre. Essa balela do Centro nós conhecemos há 20
anos; ela se repete e se repete. O Centro da cidade de Porto Alegre, Ver. Elói
Guimarães, pode voltar a ser humanizado, desde que haja vontade política e
administrativa. Tem-s de tirar de lá a maior rodoviária aberta do País e do
mundo, que é a Av. Salgado Filho, tirar os ônibus da Av. Salgado Filho; tem-se
de fazer um cadastramento humanizado, com uma ficha socioeconômica dos camelôs;
tem-se de relocá-los para os mercados populares; fazer os camelódromos, tem-se
de integrar o rio com a Cidade. Como é que pode este patrimônio, este manancial
extraordinário que é o Guaíba, estar de costas para a Cidade por essa briga,
que eu diria burra, porque o Governo é de um Partido e a Prefeitura é de outro?
Eles poderiam até ter feito, porque tiveram Prefeitura e Governo do mesmo lado,
mas, mesmo assim, nos quatro anos, não fizeram! Várias dessas Emendas caminham
nessa direção do desenvolvimento. O Centro precisa ter câmara de vídeo, o que
era muito discutido e hoje está abandonado, mas precisa, acima de tudo,
integrar o seu rio com a sua Cidade, com ações que traduzam emprego,
desenvolvimento, lazer e cultura.
É inaceitável continuar a balela desse discurso, e
essas Emendas, Ver. Sebenelo, caminham nessa direção, que é de construir um
modal alternativo de transporte de massa nesta Cidade, um corredor no eixo
norte/nordeste, por onde trafegam 400 mil pessoas diariamente. E só se pensa em
ônibus, em ônibus, em ônibus! Por que tanto em ônibus, porque gostam de ônibus?
Ou por que tem parceria com os ônibus? Não sei! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do
Bloco IV, destacadas, da Habitação, ao PLE nº 018/04.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, preliminarmente eu queria fazer uma saudação
muito especial, Ver. Sebastião Melo - e eu tenho certeza de que V. Exª, hoje à
tarde, falará sobre o assunto -, ao nosso extraordinário político gaúcho, Ibsen
Pinheiro, que tem o resgate de sua dignidade, e apenas uma frase...
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Gostaria que
V. Exª se ativesse à matéria em debate.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Pois não,
pois não! Apenas numa frase, eu queria dizer de toda a minha admiração pelo
talento, pela competência e pela dignidade do homem público Ibsen Pinheiro.
Do ponto de vista das Emendas, eu gostaria de falar
sobre um título chamado alagamentos. As Emendas sobre essa rubrica foram feitas
e, pela Relatoria, rejeitadas. É um assunto que diz respeito a inúmeras áreas
de Porto Alegre, mas, especialmente, a um caudal da Av. Teixeira Mendes, ao
bairro São Geraldo, a locais como a Av. Goethe e a frente do Beira-Rio, à Av.
Dr. Carlos Barbosa, onde os alagamentos causam danos terríveis. Porém, na Av.
Teixeira Mendes, da Av. Protásio até a Av. Nilo Peçanha, cinco pessoas já
morreram. E o caudal que se formava nessa avenida, um verdadeiro e caudaloso
rio Amazonas, em 20 minutos, 30 minutos - o Ver. Juarez Pinheiro é do Bairro e
sabe - agora se forma em cinco minutos. A rapidez é incrível, e as soluções
adotadas e apregoadas - até hoje nenhuma delas foi posta em prática - têm como
base a formação de bacias de contenção que seriam instaladas em praças,
retirando do público o direito a essas praças. Ou elas seriam subterrâneas, mas
não há verba para obras subterrâneas.
Então, como Diretriz Orçamentária, a questão dos
alagamentos, de uma vez por todas, deve ser encaminhada. Ela não pode ser dita
como do DEP, porque ela é também do DMLU; ela não pode ser dita como do Meio
Ambiente, porque ela é também da SMOV e de outras Secretarias. É tal a
complexidade e tamanha a repercussão que isso merecia uma Diretriz
Orçamentária. Foram feitas as Emendas e não foram aceitas pela Relatoria,
motivo pelo qual estão em destaque. É isso que nós achamos que deva ser
aprovado, especialmente como obras de prevenção a tragédias, como as que já
ocorreram nesta Cidade em função de alagamentos, inicialmente tão minimizadas.
Outras vezes, chamaram Porto Alegre de “A Antiga
Veneza”, porque haviam resolvido os seus problemas; hoje, os problemas são os
mesmos e continuam sem obras. Então, esse destaque merece uma grande relevância
não só pelas suas conseqüências, mas também pelo que nós podemos fazer pela
cidade de Porto Alegre, que há muito já deveria ter tido esse problema
resolvido, como ocorre em outras cidades em que, pelo menos, se não o
resolveram, já o minimizaram. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton
Araújo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco IV,
destacadas, da Habitação, ao PLE nº 018/04.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
o assunto que eu venho comentar na tribuna, encaminhando as Emendas destacadas,
é exatamente o dos alagamentos na cidade de Porto Alegre. Este é um assunto
que, há anos, vem sendo tratado, entre aspas, pela atual Administração. A
Cidade fica embaixo d’água a cada mínima chuva, e tantas tragédias já
aconteceram. Os problemas e os pontos nós já sabemos de cor, Ver. Sebenelo, nós
já sabemos os pontos onde vão ocorrer os alagamentos, mas parece que só nós
sabemos. Parece que aqueles que têm de administrar, aqueles que têm de resolver
os problemas, Vereadores, esses não sabem, nem o Prefeito Verle, tampouco os
seus assessores. E aí, de alguns anos para cá, inventaram uma solução técnica,
Ver. Sebenelo. Eles estão inventando uma solução técnica para terminar com os alagamentos
em Porto Alegre, a qual chamam, tecnicamente, de bacia de contenção, que é um
determinado lugar para onde as águas, quando chove muito, são desviadas. Ali se
espera que o tempo passe, para que, depois, essas águas sejam absorvidas por
uma rede ineficiente, insuficiente e mal construída.
Mas só que há outra coisa de que eles não se deram
conta, Ver. Sebenelo, ou, se se deram conta, estão-se fazendo... É verdade,
tecnicamente, as bacias de contenção até têm uma justificativa - eu, como
engenheiro e Ex-Secretário de Obras, posso dizer -, mas só que um “gênio”, anos
atrás, um “gênio petista”, um “gênio da estrela”, inventou, com um passe de
mágica, o saneamento da cidade de Porto Alegre! Sabem o que foi feito? Sabem o
que esse “gênio” fez? Ele, de um dia para outro, resolveu dizer que, na cidade
de Porto Alegre, havia dobrado a rede de esgoto! E começou a cobrar por ela!
Começou a cobrar por ela! Mas como assim resolveu dizer? Resolveu dizer, porque
começou a colocar esgoto cloacal dentro do pluvial, fazendo com que várias
áreas e regiões da Cidade, hoje, estejam com um cheiro fétido na frente das
casas, em primeiro lugar. Em segundo lugar, fizeram vetores para que a Cidade
pudesse ser infestada, endemicamente atacada, por exemplo, pela leptospirose. Pegaram
o esgoto, colocaram dentro do esgoto pluvial, e está dentro da nossa casa. E,
aí, o que acontece agora com essas bacias de contenção? O esgoto pluvial que
está infectado e tem esgoto cloacal - portanto, fezes - vai para a bacia de
contenção que é dentro das praças! É uma beleza isso! Dentro das praças, dentro
dos parques! Do Parque Marinha, aqui; lá das praças da nossa Chácara das
Pedras. Enfim, vai toda essa água fétida e decanta lá dentro! O que sobra
dentro de uma bacia de contenção dessas com água infectada com fezes? Ora,
transforma-se num grande acúmulo de colóides, tecnicamente descrito, Ver.
Juarez Pinheiro; o que poderia ser chamado popularmente de “penicão”. É isso
que acontece nas nossas praças, nos nossos parques, pelo desmando, pela falta de
cuidado técnico e com a Saúde pública de Porto Alegre. E as nossas crianças que
estão nas praças e nos parques vão para dentro do “penicão” para brincar e para
jogar bola! É isso que está acontecendo, essa é a solução técnica da cidade de
Porto Alegre pessimamente administrada! Muito obrigado!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, as Emendas do Bloco IV,
destacadas, de Habitação, ao PLE nº 018/04. (Após a apuração nominal.) REJEITADAS
por 04 votos SIM, 11 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Eu gostaria de informar ao Ver. Cláudio Sebenelo
que, para que se proceda à alteração de voto, é necessário que se proteste
dentro do tempo, que se requeira, enfim, porque aí, após, a alteração será
feita. V. Exª poderá justificar; não altera o voto, mas justifica a razão pela
qual não pôde consignar o seu voto.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, eu achei que havia votado; quando vi no painel que não estava o meu
voto, já estava sendo anunciado o resultado. E o meu voto seria “sim”,
evidentemente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está
esclarecido o fato.
Estamos aguardando uma nova proposição para a
votação do restante das Emendas.
Solicitaria às Lideranças que fizessem chegar à
Mesa os Blocos, para que possamos colocar em votação o Requerimento e,
posteriormente, ingressarmos no mérito.
Em votação o Requerimento do Ver. Carlos Pestana,
que apresenta, para votação em Bloco, as Emendas nº 31, 34, 97, 166, 177, e a
parte não-prejudicada da Emenda nº 300. Este é o Bloco V (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o
Requerimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Solicito
verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vamos fazer a
verificação de quórum. (Pausa.) Mantém o Requerimento, Ver. Sebenelo? (Pausa.)
Apelaria ao Ver. Sebenelo, dada a urgência da matéria, pelo seu espírito
público, para que retirasse o Requerimento. Se V. Exª mantiver o pedido,
procederei à verificação de quórum. (Pausa.) O Ver. Cláudio Sebenelo retira o
pedido de verificação de quórum. Agradeço a V. Exª em nome da urgência da
matéria.
Em votação as Emendas do Bloco V, apresentado pelo
Ver. Carlos Pestana. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADAS as Emendas do Bloco V.
A Mesa apregoa outro Bloco de Emendas, destacadas,
ao PLE nº 018/04 - Bloco VI: nºs 32, 33, 35, 36, 38, 41 a 46, 48, 50 a 52, 54 a
61, 63, 64, 66 a 69, 71 a 75, 78, 79, 81, 82, 89, 99 a 101, 103, 105, 112, 130
a 136, 142, 152, 167, 171, 174, 178, 180 a 184. As seguintes que vou ler já
foram rejeitadas: 196, 225 a 228, 230 a 240, 242 a 257, 259 a 282, 285 a 299.
Em votação as Emendas do Bloco VI, destacadas, ao
PLE nº 018/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADAS as Emendas do Bloco VI.
Cumprimos, portanto, as votações das Emendas da
LDO.
Eu pediria aos Srs. Vereadores... Nós temos aqui
matérias que podem ser votadas neste instante.
Há para votação alguns Requerimentos: nº 130/04, de
autoria da Verª Clênia Maranhão e Wilton Araújo; nºs 127 e 129/04, de autoria
do Ver. Wilton Araújo; nº 103/04, de autoria da Verª Maristela Maffei; nºs 121
e 134/04, de autoria da Verª Helena Bonumá; nº 132/04, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel; nº 128/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz. São Sessões de
homenagens, Grande Expediente, matérias, todas, sem nenhuma dificuldade, penso.
Portanto, quero sugerir que façamos votação em bloco dessas matérias.
Em votação os Requerimentos citados. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Ver. João Dib, são Sessões Solenes etc. e tal.
Portanto, aprovado o presente Bloco de
Requerimentos, com a abstenção do Ver. João Antonio Dib.
Eu esclareço que, com relação ao último Bloco de
Emendas que foi votado, os Vereadores que permaneceram como estavam era no
sentido da sua rejeição e não-aprovação - apenas para esclarecer.
Nós agradecemos aos Srs. Vereadores e às Sras.
Vereadoras. Cumprimos, em que pese todo o conjunto de dificuldades que tivemos
com Sessões que não puderam se realizar, a LDO, a qual votamos com 300 Emendas.
Portanto, os Srs. Vereadores deram cobro às responsabilidades que lhes
correspondem em matéria de tamanha relevância.
Dito isso, estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão Extraordinária.
(Encerra-se a Sessão às 11h45min.)
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